domingo, 20 de dezembro de 2009

Organizando memórias


Teve que fazer uma faxina no quarto. Naquele quarto, que quase ninguém vai, que guarda memórias e lembranças.
Tudo desarrumado. Decepcionante, ao seu ver, ter que passar uma tarde nublada de sábado com a tarefa de deixar tudo arrumado.
"Queria estar em outro lugar, não aqui", pensava. Mas era inevitável, e aquele acúmulo de livros, fotos e cadernos estava cada vez crescendo mais e mais. E a paciência da dona da casa diminuindo cada vez mais e mais. "É, vou ter que me conformar com isto" aceitou sem muita espontâneidade.
"Como conseguimos tal bagunça?", indagava sem paciência para si mesma. De um dia para o outro, o número de coisas no quarto havia duplicado.... coisa incrível.
E começou a organizar tudo. Primeiro quase nem olhava e classficava como algo útil ou não. Caso não fosse, ia para o lixo. Caso fosse, ela o separava.
E uma hora se passou. Ainda na mesma tarefa, se pegou surpreendida lendo um dos livros. "O Livro das Virtudes Para Crianças"... se lembrava bem. Seu predileto, sim, era aquele. Sua mãe o havia encapado com plástico para não se danificar com a ação do tempo... foi sábia ao pensar assim. O livro tinha aproximadamente 14 anos e estava inteiro, com todas suas figuras expressivas e detalhistas dramatizando mais ainda as histórias ali contadas. Lembrava-se de uma, que foi a que mais lhe marcou: Cinderela Indígena. Bonita, muito bonita.
Como era bom reviver tudo aquilo.
Pensar nas noites que dormia na mesma cama com a mãe e a irmã, tomando um sorvete de danone em baixo de um edredom fofinho. Adorava ouvir histórias... adorava senti-las. Pouco a pouco, ouvindo a voz da mãe, começava a sentir os olhos pesados. Sinal de sono. "Acho que ela [a mãe] ficava feliz quando ouvia um bocejo", talvez era verdade, criança pequena realmente não dá dencanso.
Colocou o livro na pilha (que já estava grande, por sinal) e voltou ao trabalho. Avistou um caderno velho jogado no canto. Lembrou-se instantaneamente: seu ano da 3ª série do ensino fundamental."Que preocupação eu tinha com canetas coloridas!" era um capricho só. Vários recados de parabéns da professora, e uma letra até que bonitinha pra idade que tinha. "Bons tempos", refletia.
Depois disto, encontrou cartas, fitas k7 (a maioria da Disney), fitas de música, fotos de pequena e livros que poderiam ser muito interessantes. Estes ficaram guardados e separados. O resto foi posto, por milagre, na prateleira.
Por fim sua tarde havia sido diferente e surpreendente. Nunca poderia imaginar que uma faxina de 4 horas lhe trouxesse tanta felicidade e saudade. Agora sim entendia de maneira verdadeira o significado de "nostalgia".

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

no Folhateen


Foi um livro que gostei muito, então resolvi escrever uma crítica. E não é que gostaram?
A edição foi nessa segunda, 14/12.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Surrealismo

Sempre gostei de coisas diferentes e que dão à imaginação um espaço livre, principalmente na arte. Tanto em artes plásticas quanto em literatura, o Surrealismo representa muito bem esse jeito de se expressar.
O Surrealismo combina o real, o psicológico e o abstrato. Os artistas que o seguem, como Salvador Dalí, René Magritte, Marx Ernst (nas artes plásticas) , André Betron (na literatura) e Luís Buñuel (no cinema), acreditam que a arte se baseia em superar os limites da razão e lógica, e assim ultrapassa as barreiras da consciência, conseguindo chegar a uma representação dos sonhos humanos.
Ou seja, esta nova expressão não se prende à chamada ditadura da razão ou dos valores sociais, como: pátria, família, religião, honra. A contrariedade, o humor e o sonho são fatores que, se utilizados, libertam o homem de sua ideia de existência utilitária.
Outra coisa interessante é que o Surrealismo se baseia na arte automática. É um despejo dos pensamentos e sentimentos do artista no momento, sem restrições. Não pense que isso é fácil de fazer, heh.
Entre outras coisas, aconteceram o Manifesto Surrealista, o FIARI, etc. No Brasil, o Modernismo aderiu traços surrealistas como uma de suas influências.
Uma marca do movimento é a forte presença de exposição de uma verdade psicológica em objetos comuns do cotidiano, quase sem importância, transformando-os em imagens que migram da normalidade ao irreal.

De Salvador Dalí e Philippe Halsman. Uma das minhas imagens prediletas. Acredite, isso é uma foto, tirada na década de 40, século XX (quando o Surrealismo estava no seu ponto mais alto). Depois de várias tentativas, 28 no total, conseguiram um resultado surpreendente: sem nem menos imaginarem que um dia ia surgir o photoshop.Obras de Vladimir Kush. O artista nasceu em 1965. Gosto muito das obras dele, possuem um tom romântico.
Outra do Dalí. Quem nunca teve que desenhar uma desta na escola? heh.

Bom gente, é isso.
Tava com saudade daqui!

beijo.

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