segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Tempo de mudança

Sim, eu amo o país que vivo, com as suas belezas e cultura, com sua liberdade e seu otimismo. Mas lamento que esse otimismo seja forte demais, em excesso demais. Todos falam que tudo em grande quantidade (ou pequena) faz mal, e que é preciso achar um equilíbrio entre as prioridades, virtudes, emoções, alimentos, estudos, atividades físicas, etc., para se viver bem.

O otimismo não foge disso. Já escutei, escuto muito, e admito que já tive a mesma ideologia :“No fim tudo vai dar certo”. Mas hoje, chego a pensar que em alguns casos é a pura e simples preguiça que nos bate a porta.

Preguiça de regaçar as mangas em relação a algo que está acontecendo errado. Só se reclama, e nada se faz.

O otimismo está presente no pensamento (o que é muitíssimo importante) e a iniciativa presente nos atos. E o que muda, são os atos. Só que não pode ser o ato de um cidadão entre milhões, tem que ser de toda a sociedade. Hoje aquele que se manifesta contra algo errado, é interpretado como quem quer chamar atenção.

Mas por quê? Por que pensamos que se manifestar contra algo é a tentativa de atrair todos os holofotes à pessoa? Isso não é difícil de ser respondido: oportunismo, a banalização de um fato, a chance de se poder mostrar como alguém sensível e, ao mesmo tempo, de iniciativa é agarrada na mesma hora, pela falta de maturidade de alguns.

Problemas familiares abertos à mídia, e consequentemente à população, são tratados com muita importância (não que não sejam dignos disso) por gente que nem ao menos tem um vínculo com a situação. O fato, que antes era tragédia, vira piada, sem ter um pingo de respeito ao que aconteceu e principalmente, tomando conclusões precipitadas sobre os envolvidos que são difamados por gente que nem ao menos entende o contexto em que o fato acorreu.

Multidões entram em choque com aquilo que aconteceu com o outro, mas não entram em choque com aquilo que lhes é presente no cotidiano. Devem suportar a ação de pessoas que possuem suas mentes opostas àquilo que é certo e atingem de maneira totalmente negativa aqueles que agem nos conformes de uma sociedade justa e equilibrada.

A primeira desculpa de tudo isso é o governo. Porque o governo é isso, o governo é aquilo e ele não ajuda a população a se livrar das diferenças sociais e violência. Sim, mas aqueles que constituem o governo são também partes da população, foram criados como o resto da população. O presidente já foi um menino que estudou em escola pública, o ministro já conviveu (ou convive) com a violência. Mas nada fazem para mudar isso.

Chega na 8ª série, ou 9º ano, o assunto da ditadura militar em história. É fascinante vermos que já houve gente no Brasil que tentou (e conseguiu!) mudar os rumos da política. A causa foi vestida por uma grande parte da população que se mexeu e conseguiu aquilo que queria.

Estou insatisfeito com aquilo que me rodeia, e tenho motivos mais que claros para isso, vou tentar mudar. Não quero viver em um mundo tomado por gás carbônico, vou plantar uma árvore. Quero mais solidariedade, então vou ser solidário. Quero mais educação, vou ajudar a quem precisa. Poxa, eu, você, nós somos a população, não somente o governo. Nós somos a maioria, nossas atitudes refletem a nossa vida, o nosso equilíbrio.

Eu vou tentar mudar, vou fazer o máximo que posso para melhorar onde vivo, e se possível até mais. Será que existe alguém tão ruim assim para querer mudar esses planos?

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